terça-feira, 6 de agosto de 2013

O futuro na indústria de alimentos

Uma boa alimentação é a melhor política de saúde, educação e de força de trabalho que se pode proporcionar à população. Mas por que será que nossos governantes não se dão conta disso?
Primeiro o governo do Estado aumenta a alíquota do ICMS do óleo diesel, o que traz impacto imediato no preço dos produtos alimentícios já que onera o transporte, o custo com o maquinário, irrigação, o que agita a economia de forma geral. Não contente, aumenta as taxas da Agrodefesa. A taxa de abate animal, por exemplo, teve aumento de 210%. Toda essa conta vai para o orçamento do consumidor final.
Nosso Estado é um dos maiores produtores de grãos do País. Exportamos carne para o mundo inteiro. No entanto, nossas indústrias não conseguem beneficiar nossa matéria-prima devido ao alto custo tributário que incide nos produtos. Isso significa menos empregos, menos geração de renda, menos desenvolvimento. Além, é claro, de menos comida na mesa do trabalhador.
O governante não deveria pensar em como aumentar impostos dos alimentos, mas em como produzir mais, reduzindo os impostos e exportando produtos com valor agregado. A desoneração dos alimentos deveria ser prioridade, mas o que vemos é uma política de incentivo ao endividamento da classe C com aquisição de eletrodomésticos, redução de IPI para compra de carro. Tudo muito importante, mas não acho que seja prioritário.
De que adianta garantir a uma família acesso a uma geladeira nova se ela não terá alimentos para colocar nela? Carne, leite, frutas e verduras... para que tudo isso chegue à mesa do trabalhador é preciso uma política de incentivo à produção e à industrialização e de redução da carga tributária de toda a cadeia produtiva desses produtos tão básicos para o sustento de nossas famílias.
Mas os governos estadual e federal estão na direção contrária desse pensamento. A eles só interessa a arrecadação.
Nosso cenário é preocupante. A classe produtiva está sendo sacrificada, mas quem irá sangrar serão os trabalhadores, principalmente aqueles com menor poder aquisitivo, caso nossos governantes não abandonem essa política equivocada na qual quem produz é penalizado e quem ganha menos, paga mais.
Pesquisa recente mostrou que mais de 40% dos empregos gerados no País estão na agroindústria. O novo Brasil sairá da agroindústria, da produção de alimentos. Mas para que isso aconteça, não temos de exportar grãos, temos de industrializar o que produzimos no campo, temos de exportar o óleo de soja, a farinha de trigo, os cortes das carnes do boi e do frango, agregando valor à nossa matéria-prima.
Então, proponho uma mobilização para que nós, homem do campo, produtor, industrial, pecuarista, entidades de classe, federações das indústrias, do comércio, sindicatos, parlamentares, enfim todos os trabalhadores, possamos exigir políticas imediatas de desenvolvimento e desoneração dos alimentos, com redução de impostos. Estamos juntos nessa luta!
Sandro Mabel é presidente do Sindicato da Alimentação de Goiás 

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