terça-feira, 25 de setembro de 2012

Novas relações de trabalho em prol do crescimento econômico



O crescimento do mercado informal de trabalho é assunto recorrente nos diversos seguimentos sociais e empresariais e cada vez mais toma conta da mídia nacional. Nota divulgada em revista de grande circulação aponta que até o último mês de julho, um milhão de novas empresas já foram criadas. Os microempreendedores individuais representam 65 por cento desses novos negócios. Entre quatro brasileiros adultos, um tem negócio próprio ou está criando um. Outro dia assistimos a história do pipoqueiro que ilustrava uma matéria no Jornal Nacional sobre empreendedorismo no Brasil e no dia seguinte virou personagem de propaganda de celular veiculada em horário nobre.

São pequenos exemplos de como o crescimento econômico está criando novos espaços e oportunidades. Na contramão, a pesada carga tributária que incide sob a folha de pagamento das empresas no País é injusta e perversa e enfraquece, cada vez mais, trabalhadores e empresários. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas; um funcionário que recebe um salário de seiscentos e setenta e um reais e sessenta centavos (R$ 671,60), custará, dois mil e sessenta e sete reais e quarenta e cinco centavos (2.067,45). Na última sexta-feira, o Governo anunciou a desoneração da folha para diversos setores da economia, mas isso não será suficiente se não adotarmos no Brasil uma nova sistemática de regulação de mercado. Hoje temos no país uma mão de obra terceirizada que totaliza 10 milhões de trabalhadores. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelam que o número de empregados sem registro em carteira cresceu 3,8% no mês de julho deste ano, em comparação a junho na média das sete regiões metropolitanas brasileiras. Eles representam uma mão de obra completamente desprotegida. Acabam migrando para a prestação de serviço em “terceirizadoras” precariamente organizadas ou engrossam a conta dos trabalhadores desempregados ou trabalhando sem carteira assinada.

Não adianta fingirmos que a terceirização não existe, ela é um fenômeno crescente, hoje são dez milhões e amanhã serão vinte. É um caminho sem volta! Se bem regulamentada, a terceirização é alternativa para tornar uma empresa competitiva e, se bem feita poderá beneficiar trabalhadores e empresários. É isso que meu projeto propõe. Ano passado, discutimos e votamos em Comissão Especial o substitutivo a esse projeto, o PL 4.330 de 2004. A proposição de minha autoria regula a relação de trabalho em praticamente todos os setores da economia brasileira e a idéia da Comissão Especial era justamente ouvir todos os setores. Não tivemos a participação que gostaríamos e mesmo assim, conseguimos elaborar um Projeto que melhora a vida do trabalhador brasileiro, cujo teor equipara seus direitos e garantias aos dos trabalhadores de toda e qualquer empresa privada. Do ponto de vista contratual, estabelecemos mecanismos de fiscalização e controle de todo o processo e dos pagamentos e direitos trabalhistas mensais, que obriga inclusive, a Empresa que terceirizou e não fiscalizou, a ser solidária no pagamento de dívida trabalhista. Incluímos a obrigatoriedade da empresa que vai terceirizar o serviço de ter um capital social compatível com o número de empregados. Isso assegura que ela terá um real suporte prá atender a demanda de terceirizados. Acabamos com aquela história de empresa especializada em conservação e limpeza contratar gente prá prestar serviço de comunicação. Empresa especializada em comunicação vencendo licitação prá fornecer serviço administrativo. A empresa prestadora só poderá ter um objeto social. É de comunicação, vai prestar serviço de comunicação. Outro aspecto muito positivo é que o projeto elimina a discriminação de trabalhador terceirizado que, muitas vezes, não pode sequer comer no mesmo restaurante dos funcionários. Vale destacar ainda o dispositivo que permite a contratação de autônomos. A empresa precisa contratar um locutor, por exemplo, ele é autônomo, pode! E isso não é quarteirização senhoras e senhores, por que a locução é uma atividade meio pelo qual a empresa vai oferecer seu produto, a comunicação com a sociedade. Isso favorece o empreendedorismo. É simples! A proposta está lá na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Minha sugestão é que aqueles que tanto criticam o Projeto, nos procurem e apresentem suas sugestões. Trata-se de um bom projeto, pode não ser o ótimo, mas é bom, e precisa da contribuição de todos para virar Lei. Vejo uma forte resistência de algumas entidades ligadas ao trabalhador brasileiro para que o Projeto não ande e percebo que se trata de puro desconhecimento. Queremos essa e toda e qualquer contribuição. Tenho certeza que também é de total interesse do relator da Proposta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Deputado Arthur Maia, do PMDB da Bahia, ouvir todos os interessados. Após ser aprovado na CCJ, o Projeto de Lei deve seguir para o Senado Federal.

Quero ressaltar, que meu compromisso é com o povo goiano, com o trabalhador de Goiás e do Brasil. Defendo a necessidade de simplificarmos o processo de contratação de mão de obra pelo bem do crescimento econômico sem que isso prejudique o trabalhador. Queremos dar transparência e acabar com a falta de organização e regulação do mercado que hoje dá origem a uma verdadeira farra de contratações terceirizadas irregulares. Faço um apelo para que os profissionais de todas as áreas conheçam o projeto, participem das discussões e nos ajudem a oferecer para o País uma Lei da terceirização, justa, clara e que favoreça trabalhador, o Governo e os Entes, bem como o empresário que valoriza a ética e a transparência. A gente quer uma regulamentação que atenda a realidade do País e, ao mesmo tempo, que seja capaz de beneficiar ambas as partes!