quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mabel defende ruptura da aliança com o PT

Deputado diz que presidente Dilma não tem “tino político”. Ele quer a volta de Vanderlan Cardoso ao PMDB para ser candidato
O deputado federal Sandro Mabel é um dos parlamentares do PMDB que defende que o partido precisa rediscutir a parceria com o PT e o governo da presidente Dilma Rousseff. Mabel reclama da falta de tino político da petista, que, segundo ele, não tem visão política, como tinha o ex-presidente Lula. “Um exemplo é que esquentaram uma matéria da Veja sem pé nem cabeça contra o ministro dos Transportes e ela derrubou o ministério inteiro”, ressalta. Em Goiás, o deputado defende que o PMDB lance o seu candidato ao governo até o final do ano, para que este tenha tempo de articular a sua candidatura. Em relação a nome, Sandro Mabel não mostra preferência por nenhum peemedebista até o momento. Quem ele gostaria que fosse candidato pelo PMDB, inclusive, é o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PSB). “Acho que ele deveria voltar para o PMDB”, aconselha. Sandro Mabel recebeu a equipe da Tribuna na segunda, 5, em seu escritório.
Tribuna do Planalto – Como será essa volta do Congresso Nacional para o PMDB?
Sandro Mabel – O PMDB vai tentar resgatar o que é do partido de direito. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, já avisou isso. São espaços que já foram do partido, mas foram retirados por alguma razão. Somos os principais apoiadores do governo federal. Você não pode se eleger em uma aliança e depois falar que não precisa mais desses aliados. Foi o que a presidente Dilma Rousseff fez e que tem gerado toda essa insatisfação. Por isso que, nesse momento em que ela está em dificuldade, em vez de um batalhão para defendê-la, ela tem um batalhão que cria problemas. Ela vetava projetos de qualquer jeito, sem dar satisfação aos deputados. Isso mudou, os vetos que tem problemas certamente serão derrubados, pois com a queda da sua popularidade fica ainda mais fácil derrubar veto. Da forma que ela está hoje, ela terá que ter mais cuidado ao vetar, vai ter que discutir.
Tudo agora é uma questão de negociação, a presidente vai ter que aprender a negociar.
O senhor acredita que essa falta de tino político é a principal diferença entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula?
Eu defendo muito a Dilma, a achava muito boa, tanto que o Lula a colocou como presidente. Ela criou o PAC, metas a serem cumpridas e tudo o mais. Eu a defendi muito, só que eu errei. A Dilma é uma excelente superintendente, mas ela não é uma excelente presidente. Decisão política ela não sabe tomar. Aquela em que se tem que pesar vários fatores, que não é só técnica. O Lula tinha uma visão técnica muito mais restrita, mas tinha uma visão política muito melhor. Tanto é que o governo dele andou muito melhor, mesmo passando algumas crises, como aquela de 2008, que foi seríssima. Então, a Dilma não tem esse tino de vislumbrar vários fatores, políticos inclusive, para se tomar uma decisão. Um exemplo é que esquentaram uma matéria da Veja sem pé nem cabeça contra o ministro dos Transportes e ela derrubou o ministério inteiro. O que aconteceu? Eram produzidos R$ 22 bilhões por ano em obras, agora desceu para R$ 5 bilhões. As estradas não andam, os projetos não andam, está tudo parado.
Como o sr. vê o trabalho da bancada goiana na Câmara dos Deputados?
É um das bancadas mais ágeis. Perdemos um pouco o exercício de buscarmos as coisas juntos, por causa do estilo que a presidente implantou. Já são dois ou três anos que ela não paga nenhum centavo de emenda de bancada, que era onde nós trabalhávamos. Na bancada de infraestrutura, que eu coordeno, fizemos o projeto da BR-060, que está acabando e é um espetáculo de duplicação. Reformamos a 452, a 364, acabamos a duplicação até Brasília. Com esse negócio de não ter mais emenda de bancada, restringiu um pouco esse trabalho.
Como está a situação do apoio do PMDB à reeleição da presidente Dilma em 2014?
Eu acho que tem que ser rediscutido. Todo governo sofre com queixas, mas o governo Lula teve uma normalidade em termos de compromisso. O da Dilma não ligou para a parte política, ela destruiu todas as cadeias políticas. Ela comete um erro grande quando pega benefícios e entrega diretamente nas prefeituras. Quando a gente conseguia uma patrola, subíamos em cima, soltava foguete, dava a volta na cidade. Era uma festa, que deixava a população mais feliz, achando que a cidade ia melhorar. Hoje não é assim. Entregam no pátio, o prefeito fala que é dele e o governo federal não tem participação nenhuma. É um monte de esforço, mas ninguém sabe quem levou. Aliás, até sabe, pois o prefeito fala que foi ele. A classe política trabalha, enfrenta projetos que são ruins eleitoralmente, mas importantes para o governo. Na hora do benefício, que é quando você presta conta aos seus eleitores, nós não somos vistos.
Essa análise pode ser trazida para o Estado, já que o governo federal aportou muitos recursos e o governo estadual acaba se apropriando das obras?
É só você ver quanto o Estado está colocando no saneamento. É zero. O governo federal está colocando quase R$ 4 bilhões. O nosso governador fala na propaganda que é dele, em parceria com o governo federal. Isso é na televisão, porque quando é na cidade ele fala que ele autorizou. Autorizou foi nada, nós que viabilizamos o governo. Aí a presidente vai e faz isso. É uma desvalorização da classe política, do Congresso. Só recebemos críticas e não fica nada de positivo.
O PMDB nacional está dividido entre uma ala, liderada pelo vice Michel Temer, que defende a continuidade, e outra ala, que quer rediscutir esse apoio à Dilma?
A discussão é geral. Eu, particularmente, apoio o Temer, é meu amigo há muitos anos. Ele me prestigia sempre, veio na minha filiação. Ele fica numa situação complicada também, afinal é vice-presidente. Essa conversa, porém, sempre existiu. Logicamente, há uma diferença quando se tem 80% de aprovação e não se precisa de ninguém. Eu falava isso para todo mundo, que no dia que ela tomasse um escorregão, todo mundo pisaria na goela dela.
Muitos empresários que entram na política têm esse tipo de dificuldade. Quem tem o perfil mais técnico tem essa dificuldade da Dilma?
Não é o empresário, mas sim quem vem de uma área mais técnica. O país tinha que ter era mais empresário na política, pois ele é um político nato. Ninguém toca uma empresa sem conversar com o fornecedor, com o cliente, com o dono de um supermercado. Todo empresário depende de costurar um acordo, articular uma negociação. Você não vê empresário que não seja bom de networking, de ter contato no governo. A pessoa quando ela tem noção de administração sempre faz tudo muito melhor. Eu sempre dou o exemplo do Vanderlan Cardoso. Eu peguei dentro da empresa dele, tirei de lá à pescoção e o coloquei para ser prefeito. Olha a gestão que esse monstro fez. Se ele fosse governador de Goiás, seria um sucesso, não tenho dúvida. Goiás iria mudar de patamar.
O sr. acha que ele é o melhor nome para a sucessão de 2014?
Nós temos a questão partidária. Se fosse só pela questão técnica, acho que seria um nome excelente. Eu o conheço, trabalhamos juntos, o apoiei em 2010 para governador e vi o que ele fez em Senador Canedo. É um homem espetacular e preparado, tanto politicamente quanto administrativamente. Eu estou
em um partido, tenho que seguir as questões partidárias, mas isso não
me tira essa análise.
Sobre 2014, como o sr. tem visto o cenário da sucessão em Goiás?
Em março, fiz uma pesquisa qualitativa muito grande, que mostrava uma situação muito difícil para o governador Marconi Perillo. Chegamos a ter que tirar da pesquisa alguns segmentos, porque tumultuavam tanto quando falavam do governador que tínhamos de tirar da sala, sob o risco de não ter pesquisa. Os outros ficavam acanhados, porque esses grupos falavam muito mal do governador. Tirando esses segmentos, todo mundo falava que já tinha passado a época dele, o relacionavam com o Cachoeira. Você fala com o pipoqueiro, com o engraxate, com o motorista do táxi e essa conversa só. Fizemos uma pesquisa Norte a Sul, Leste a Oeste e é uma conversa só. O governador fez coisa boa, fez modernização em algumas áreas do Estado, mas acontece que é um governo confuso porque falta administração. Onde você mexe, há um problema de corrupção, e isso é grave demais. As pessoas enxergam isso, é difícil tirar. É muito difícil à reeleição do governador. Há o Iris, que não iria ser candidato, mas agora não sabe se sai ou não. Eu acho que é uma eleição para o Iris, acho que ele é melhor candidato que o Marconi disparado. É centralizador, segura as confusões e não deixa acontecer esse monte de escândalos. Agora, ele tem pique para aguentar uma campanha? Ainda tem outra coisa, que são as redes sociais. Todo mundo pode combinar
de não eleger quem sempre está na cena, aí podemos ter uma Assembleia cheia de novatos, a Câmara cheia de novatos.
O sr. acredita que as redes sociais, em relação ao Executivo, possam ter essa influência maior que a estrutura partidária no interior?
Sem dúvida. Hoje as redes sociais estão pra todo lado. Marconi disse que vai colocar em alguns municípios internet gratuita. Vai colocar a ‘televisão’ para todos o xingarem. (risos) Acho que é uma coisa que, gratuita ou não, tem um grande poder de disseminação. É um meio muito forte.

O sr. falou que algumas pessoas na pesquisa disseram que, entre Iris e Marconi, o governador ganha novamente. O sr. acredita nisso também?
Essa afirmação é no sentido de que, em uma eleição, o Marconi gasta dinheiro e o Iris não tem dinheiro para gastar. São afirmações das pessoas. Dizem que Marconi não tem medo de gastar seu dinheiro, pois tem muito. Dizem que sabem que nenhum dos dois vai, mas, se fossem, Marconi ganharia. Nesse ponto, vemos uma saída forte do Vanderlan. Ele tem uma presença importante no cenário, dentro dessa ideia de ‘novo’, que foi um bom administrador. Se ele conseguisse fazer uma aliança, estaria melhor. O problema é que ele está em um partido pequeno, ele não deveria ter saído do PMDB. Isso foi um erro. Se ele ainda estivesse no partido, estaria disparado em qualquer pesquisa. Com ele, Iris nem seria candidato. Vanderlan é um cara que empolga, faz, vai... Então, seria outra vida para ele. Ele jogou uma eleição fora. Não sei se, no partido em que está, ele ganharia uma eleição. Mas, no PMDB, ganharia.

Quando o Vanderlan saiu do PMDB, ele chegou a conversar com o sr.?
Não. Fiquei muito chateado. Ele foi ao Iris, conversou com ele, saiu da casa do Iris, convocou uma coletiva dizendo que ia sair do PMDB e me ligou. Nesta ordem. Ele estava no térreo do apartamento do Iris quando me ligou. Disse que havia conversado com o Iris e que já havia convocado uma coletiva. Depois pediu minha opinião sobre isso. Eu disse que não tinha nenhuma, porque ele deveria ter me perguntado antes. Ele deve ter consultado alguém que deu a ele um péssimo conselho. Isso porque o Iris dizia que queria ser candidato, mas entre dizer e ser tem muita diferença. Ele apavorou com isso e cometeu um erro. Acho que ele deveria voltar pro PMDB.
“Se o Júnior firmar o taco e for para uma convenção, ele ganha do Iris.”
O sr. acredita que é muito difícil o PMDB não lançar candidato e apoiar alguém?
O PMDB vai lançar candidato. Não há possibilidade de o partido não lançar ninguém. Não pode. O PMDB não pode fazer um acordo no primeiro turno. Não deveria ter feito nas eleições do ano passado. Deveria ter soltado um candidato e se juntado ao Paulo no segundo turno. O PMDB vai desaparecer se não lançar candidato.
O sr. enxerga um diálogo para unir toda a oposição? Ou o sr. acha que é difícil essa união da terceira via?
No segundo turno. No primeiro turno, acho que não. O PMDB quer ter candidato, combinou isso com o PT quando o apoio aqui em Goiânia e tudo mais. E espero que o PT cumpra isso. Acho que deve-se cumprir a palavra que foi dada. O Vanderlan disse que é candidato de qualquer jeito. O Marconi vai ser candidato, ou terá um candidato dele. Caiado também disse que vai sair candidato, ele acha que essa é a oportunidade dele, quer fortalecer sua carreira e que não quer mais ser deputado federal. Vai ter um bom número de candidaturas, o que não é ruim, porque a soma do tempo das oposições, mesmo que não se juntem, falam mal da situação. Isso tudo vai fazer com que puxe votos para um e para outros. O PMDB só tem um inimigo para perder essa eleição: a indecisão. Falei há algum tempo para o Maguito e o Samuel, e também na reunião de Catalão, que o PMDB tem que discutir suas questões até o fim do ano e ter seu candidato. Decidido, deve-se trabalhar com ele. Se ficar esperando até junho, é ruim e vai atrapalhar o candidato a fazer seu trabalho, seja ele quem for.
Sobre o Júnior do Friboi, o senhor acha que é um nome que ainda tem timing para ser candidato?
Não sei. Acho que, se isso for decidido antes, ele pode ter chances. É alguém que tem potencial. É uma pessoa que, teoricamente, representa o ‘novo’, porque nunca concorreu a nenhum cargo, pode trazer ideias interessantes. Mas ele tem que sair candidato antecipadamente. Se for anunciado em junho, esquece.
E internamente, em um ambiente em que o Iris já deixou claro que vai participar mais intensamente do projeto?
Se o Júnior firmar o taco e for para uma convenção, ele ganha do Iris. Não tenho dúvidas disso. A expectativa de quem é candidato e que vota na convenção é muito maior com o Júnior do que com o Iris.
O sr. acha que é possível o sucesso eleitoral de um peemedebista sem ter o Iris efetivamente na campanha? Porque, se ele perde uma convenção, já se cria um desgaste.
Dificulta mais. Só que a verdade é a seguinte: o PMDB é como Corinthians e Flamengo. Ele tem seus torcedores fiéis. Há pessoas que só votam no PMDB. Quando sair um candidato, o partido já tem 25 ou 27% de votos com qualquer candidato. Mas o candidato tem forças para sair disso e chegar aos 51%? Esta é a pergunta.
O sr. acha que, nesse cenário da oposição, falta alguém para conduzir a oposição? Alguém que não tenha interesse no jogo, uma espécie de coordenador?
Esqueça isso. Se o Marconi estivesse muito forte, teria a chance de alguns se juntarem. Mas todo mundo vê a possibilidade de ganhar achando que o Marconi está mal, ainda mais depois dessa pesquisa que diz que ele é o segundo pior governador do País. Todo mundo acha que pode ganhar a eleição.
Esse é o maior perigo da oposição hoje?
É e não é. Ir para um ‘mano a mano’ com o governador é muito difícil. Quando se tem três, quatro ou cinco candidatos da oposição para brigar com ele no segundo turno, a chance é maior. Se estamos todos aqui na mesa e decidimos que eu vou apoiar você, eu não vou trabalhar como eu trabalharia para mim. Os votos que vou trabalhar para conseguir para você serão menores do que os que eu conseguiria se estivesse trabalhando para mim. O Marconi pode estar desgastado, mas em um ‘mano a mano’ é mais difícil, porque pode criar uma rejeição grande para o candidato da oposição. Ganhar da máquina sozinho não é brincadeira.
Mas a única inversão de poder que tivemos aqui em Goiás foi em 1998 e só havia a oposição e o PMDB.
Aquela eleição era uma eleição em que ninguém tinha coragem de sair contra o Iris. Ele tinha mais de 70%, enquanto o Marconi tinha 8%. E ninguém ia sair naquilo ali. O PT saiu para marcar posição. Marconi saiu candidato porque houve um acerto com o ministro Sérgio Motta de que o Marconi seria presidente da Funasa se perdesse a eleição. Então ele foi disputar e arriscou. Nisso, o Marconi arrumou uma ‘panelinha’ e virou o que virou. Mas aquele foi um caso. Hoje, se o governador tivesse 80% de aprovação, teria só um doido saindo para fazer campanha e tentar virar o jogo. No entanto, com ele fraco, todo mundo acha que pode ser candidato.
A que o sr. acha que se deve esse desgaste de Marconi?
Muito tempo no poder com muita confusão. Aconteceram coisas com os concursos públicos, os professores, a polícia, o pessoal da saúde. Isso avaliamos em pesquisas. O Cachoeira também pregou no Marconi. Essas coisas foram se acumulando. Vejo em pesquisas que a população, na maioria, diz que o Marconi passou da hora. Eles não querem expressar o que sentem, ou nem sabem o que sentem. Mas sabem que não sentem à vontade votando no Marconi novamente. Por isso a desaprovação dele foi tão alta. As atitudes dele ao longo do tempo foram erradas. Ele se esqueceu de ter uma visão do Estado propriamente dito e, então, Goiás começou a ter vários problemas e, de repente, tudo isso pregou à imagem do Marconi de uma vez.
O sr. acha que o trato com alguns aliados também foi problema?
Costumo dizer que governo vai ficando gordo e preguiçoso com o passar do tempo. Já não tem mais aquela disposição de sair, os secretários vão dormir mais cedo... E a oposição está magra e morrendo de vontade de trabalhar, por isso sai correndo atrás. A diferença é essa.
Hoje um nome diferente de Marconi, apoiado por ele e pela máquina, teria mais força?
Aí precisa saber quem é esse nome. Marconi é um cara inteligente. Então, se nós acharmos que ele vai para uma aventura, ele não vai. Ele tá trabalhando muito, tentando ver se reverte sua imagem. Se ele ver a possibilidade disso, então dinheiro não falta para sua campanha. Mas, caso contrário, ele coloca alguém para concorrer. E acho que, nesse ponto, é onde ele tem mais agilidade para escolher um candidato que possa ganhar.
Em relação a PT e PMDB. O sr. acha que é uma aliança já consolidada?
Acho que sim, principalmente aqui em Goiás. Não sei nacionalmente como vai ser, mas acho que sim. A tendência do PMDB é apoiar o PT nacionalmente e, em consequência, acho que a tendência do PT é também apoiar o PMDB aqui no Estado.
Em relação ao sr., qual seu projeto?
A princípio, vamos à reeleição. Outro dia teve uma pesquisa para Senado do Serpes e saímos super bem. Gomide saiu em primeiro e eu em segundo disparados dos outros. O quadro não está claro ainda. Devemos esperar um pouco, mas certo mesmo é ser deputado federal. 

Jornal Tribuna do Planalto

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