quinta-feira, 3 de março de 2011

Contra a ditadura dos partidos

Contra a ditadura dos partidos

Estamos observando, ultimamente, o fim dos regimes totalitários em várias partes de mundo. Mesmo que de forma lenta, é extremamente significativo o movimento que se faz em direção à democracia. Os governos autoritários se sustentam, normalmente, pela opressão. Em nome de uma falsa estabilidade econômica e social, praticam todo tipo de barbaridades contra a sua gente.


Os fatos que estão acontecendo no Egito e Líbia, exemplos recentes, são resultados do sentimento de um povo, cansado das arbitrariedades cometidas ao longo do tempo. No regime centralizador, apenas uma pequena parcela se beneficia do poder, em detrimento da maioria absoluta da população.


O Brasil também experimentou governos autoritários e centralizadores, mas, pela força da sociedade, caminha para a consolidação definitiva da democracia. Precisamos melhorar em muitos aspectos, é verdade, mas tenho plena convicção de que o bem vencerá os resquícios da ditadura, período que deve permanecer apenas nos livros de história.


A eleição de Dilma Rousseff dá a perspectiva de que continuaremos no caminho do fortalecimento democrático das nossas instituições, essenciais para um mundo moderno, participativo e igualitário. Vítima da dureza de um sistema, acredito que a presidente fará um mandato visando a defesa intransigente da opinião, do debate, das discussões profundas sobre os graves problemas que ainda afligem o nosso povo. E mais do que isso, respeitando e valorizando todos os poderes constituídos.


Defendo o permanente debate como um caminho para o aperfeiçoamento. Deve ser assim em todos os lugares, seja na família, na escola, no parlamento, em uma agremiação partidária etc.; o confronto de ideias tem que ser entendido como uma forma de tornar o Brasil melhor. Um Brasil de oportunidades para todos.


Entrei para a política por entender que, como empresário bem sucedido, poderia contribuir com o crescimento do meu Estado e proporcionar a melhoria da qualidade de vida da população. Em mais de 20 anos, posso dizer que conseguimos avanços significativos para Goiás através dos recursos federais, da votação e aprovação de projetos importantes, da participação direta nos grandes debates de interesse nacional e, principalmente, por apoiar na integralidade a consolidação do nosso sistema democrático, o único capaz de fazer com que esse país evolua de verdade.


É ruim para os dias futuros quando um partido pune um de seus membros por participar de um processo que é legítimo.  Ao me candidatar à presidência da Câmara dos Deputados, fiz por estar convicto da necessidade do parlamento de discutir suas prerrogativas, em alto nível. Se a Câmara é um local de debates, nada mais apropriado do que exercer esse direito. Afinal, democracia não é a conquista de direitos e o respeito às opiniões?


O autoritarismo é o inverso da democracia. A ditadura que alguns partidos exercem não combina com os dias atuais. A sociedade repudia decisões arbitrárias, que só servem para os interesses daquilo que não é legítimo. O mundo está dando uma demonstração de que a arbitrariedade tem os seus dias contados.


Como um democrata, vou lutar até o fim para que prevaleça o respeito à opinião e o direito que eu tinha de me candidatar a um dos cargos mais relevantes do Brasil. Assim o fiz por que era bom para a Câmara dos Deputados, para Goiás e para a sociedade que exige mudança de postura da classe política. Não me curvarei aos desmandos. Vou até o fim para que seja restabelecida a justiça dentro do partido, e para que tudo volte à normalidade.

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