quarta-feira, 4 de setembro de 2013

TRABALHADORES TERCEIRIZADOS PROTESTAM E PEDEM A APROVAÇÃO DO PROJETO DE PROTEÇÃO AO TERCEIRIZADO

Com camisetas e cartazes, inúmeros trabalhadores terceirizados foram às ruas para pedir a aprovação do projeto de lei 4330 de 2004, de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO) que visa proteger os terceirizados. Na porta da Câmara dos deputados, os manifestantes faziam pressão para que o projeto fosse aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

“Sou terceirizado e preciso de mais garantias. Trabalhei em uma empresa que faliu e até agora não recebi sequer meu fundo de garantia. A empresa não pagou o INSS, os salários atrasaram. Já se passaram cinco anos e até agora não vi a cor do dinheiro. Entrei na justiça, mas só Deus sabe se vou receber” afirmou o auxiliar de serviços gerais Alessandro Neves.


O projeto estava previsto para entrar na pauta da Comissão, desta quarta-feira, mas depois de um acordo, o presidente da casa Henrique Eduardo Alves (PMBD/RN) decidiu levar o substitutivo do deputado Arthur Maia (PMDB/BA) para votação do plenário principal, antes mesmo de ser votado na CCJ.

A liderança do PMDB recolherá assinaturas de líderes para que os deputados votem, na próxima terça (10), um requerimento de urgência.

Entenda um pouco mais sobre o projeto:

O que é a Lei de Proteção ao Trabalhador Terceirizado?
A Lei de Proteção ao Trabalhador Terceirizado garante aos 12 milhões de empregados de empresas prestadoras de serviço a terceiros os mesmos direitos da CLT: 13 remuneradas, adicional de férias, descanso semanal remunerado, hora extra com 50% de acréscimo, adicional noturno, licença maternidade, licença paternidade, estabilidade à gestante, contribuição previdenciária e recolhimento do FGTS. Além disso, a Lei determina que os terceirizados sejam tratados como um funcionário regular no que se refere ao acesso ao refeitório, a eventuais serviços de transporte e ao serviço médico interno da empresa que contrata a prestadora de serviço. Ela acaba com o tratamento distinto que existe hoje em relação aos empregados da CLT. Essa é uma prática que estigmatizou o terceirizado. Até a chegada dessa Lei ele era tratado como um trabalhador de segunda categoria.

Como a Lei garante esses direitos?
Ela criou uma cláusula anticalote, que transforma o terceirizado no trabalhador mais protegido do Brasil. Funciona assim: para que o trabalhador terceirizado tenha segurança de que vai receber seus direitos trabalhistas, a Lei determina que a sua empresa precisa ter um seguro-garantia ou então tem de apresentar uma fiança bancária que cubra as despesas da rescisão do contrato de trabalho. Ela também pode optar por fazer uma caução em dinheiro. Neste caso, a caução terá de ser de pelo menos 4% do valor total do contrato que a terceirizada tem com a empresa principal, chamada de contratante. E este salário, férias o valor ficará numa conta vinculada que só pode ser movimentada com autorização da contratante. Além disso, a Lei obriga a empresa que contrata uma prestadora de serviços a fiscalizar o recolhimento dos direitos trabalhistas e previdenciários dos funcionários terceirizados. E permite que a contratante retenha parte do pagamento do contrato para honrar as obrigações trabalhistas e previdenciárias que a terceirizada não tenha eventualmente cumprido.

Por que, sem a Lei, o trabalhador não tem garantias de seu direito?
Porque o Brasil infelizmente vive uma lacuna legal, um limbo jurídico, que facilita a criação de empresas fantasmas, que fecham sem pagar os trabalhadores. São empresas sem o capital necessário, empresários que não possuem patrimônio para honrar essas obrigações e muitas vezes escapam da Justiça, prejudicando milhares de famílias. 

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