O veto da presidenta Dilma Rousseff ao projeto que extingue a multa de 
10% em cima do FGTS em caso de demissão sem justa causa me causa 
estranheza.
 Essa multa foi criada em 2001 para compensar perdas com os planos Verão
 e Collor I, e deveria ter sido extinta em julho de 2012, quando o 
déficit foi coberto, mas ela continuou. O congresso, com votação maciça,
 aprovou a extinção da multa, visto que o objetivo de sua criação havia 
sido cumprido.
 Mas, alegando perda de recursos, cerca de R$ 3 bilhões por ano, a presidenta arbitrariamente vetou o projeto.
 Dilma demonstra estar na contramão do desenvolvimento do país. Enquanto
 hoje nossa luta diária é por desoneração, redução de impostos e de 
custos para o setor produtivo, o governo resolve manter uma cobrança 
hoje injustificada. Vale ressaltar que essa contribuição não vai para o 
trabalhador e sim para o governo. O setor privado desembolsa cerca de 
R$270 milhões por mês com essa multa, dinheiro que poderia estar sendo 
investido na competitividade de nossas indústrias, fortalecendo nossa 
economia e gerando emprego e renda aos cidadãos.
 Não há o que se questionar: se o objeto da cobrança foi extinto, não se
 pode manter essa multa. O congresso já se mobiliza para a derrubada 
desse veto. Não é uma queda de braço entre executivo e legislativo, ou 
uma tentativa de inviabilizar o governo, como querem fazer parecer. É 
uma questão de justiça.
 O que precisamos é flexibilizar nossa legislação trabalhista, 
modernizar as relações de trabalho e dar condições de competitividade ao
 setor produtivo. Nesse contexto trabalho dioturnamente pela aprovação 
da Lei de proteção aos trabalhadores terceirizados e também pela Reforma
 Tributária. O governo federal precisa entender que somente com uma 
economia saudável, em crescimento, é que os outros setores poderão se 
desenvolver e que o setor produtivo não é o vilão, mas o caminho para um
 país melhor.
