Uma boa alimentação é a melhor política de saúde, educação e de força
de trabalho que se pode proporcionar à população. Mas por que será que
nossos governantes não se dão conta disso?
Primeiro o governo do Estado aumenta a alíquota do ICMS do óleo diesel,
o que traz impacto imediato no preço dos produtos alimentícios já que
onera o transporte, o custo com o maquinário, irrigação, o que agita a
economia de forma geral. Não contente, aumenta as taxas da Agrodefesa. A
taxa de abate animal, por exemplo, teve aumento de 210%. Toda essa
conta vai para o orçamento do consumidor final.
Nosso Estado é um dos maiores produtores de grãos do País. Exportamos
carne para o mundo inteiro. No entanto, nossas indústrias não conseguem
beneficiar nossa matéria-prima devido ao alto custo tributário que
incide nos produtos. Isso significa menos empregos, menos geração de
renda, menos desenvolvimento. Além, é claro, de menos comida na mesa do
trabalhador.
O governante não deveria pensar em como aumentar impostos dos
alimentos, mas em como produzir mais, reduzindo os impostos e exportando
produtos com valor agregado. A desoneração dos alimentos deveria ser
prioridade, mas o que vemos é uma política de incentivo ao endividamento
da classe C com aquisição de eletrodomésticos, redução de IPI para
compra de carro. Tudo muito importante, mas não acho que seja
prioritário.
De que adianta garantir a uma família acesso a uma geladeira nova se
ela não terá alimentos para colocar nela? Carne, leite, frutas e
verduras... para que tudo isso chegue à mesa do trabalhador é preciso
uma política de incentivo à produção e à industrialização e de redução
da carga tributária de toda a cadeia produtiva desses produtos tão
básicos para o sustento de nossas famílias.
Mas os governos estadual e federal estão na direção contrária desse pensamento. A eles só interessa a arrecadação.
Nosso cenário é preocupante. A classe produtiva está sendo sacrificada,
mas quem irá sangrar serão os trabalhadores, principalmente aqueles com
menor poder aquisitivo, caso nossos governantes não abandonem essa
política equivocada na qual quem produz é penalizado e quem ganha menos,
paga mais.
Pesquisa recente mostrou que mais de 40% dos empregos gerados no País
estão na agroindústria. O novo Brasil sairá da agroindústria, da
produção de alimentos. Mas para que isso aconteça, não temos de exportar
grãos, temos de industrializar o que produzimos no campo, temos de
exportar o óleo de soja, a farinha de trigo, os cortes das carnes do boi
e do frango, agregando valor à nossa matéria-prima.
Então, proponho uma mobilização para que nós, homem do campo, produtor,
industrial, pecuarista, entidades de classe, federações das indústrias,
do comércio, sindicatos, parlamentares, enfim todos os trabalhadores,
possamos exigir políticas imediatas de desenvolvimento e desoneração dos
alimentos, com redução de impostos. Estamos juntos nessa luta!
Sandro Mabel é presidente do Sindicato da Alimentação de Goiás
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