Considero lamentável e equivocada a aprovação do substitutivo do projeto que trata do salvamento da Celg, uma empresa essencial para o Estado, mas que foi espoliada ao longo dos anos o que ocasionou graves prejuízos para o setor produtivo, funcionários e população. As bancadas do PSDB e do PMDB votaram contra o projeto original porque tiveram a interferência direta dos seus dois candidatos ao governo, que mais uma vez prestam um desserviço ao povo goiano e aos municípios. Lamento por três deputados do partido terem seguido esse caminho, mesmo contra a nossa orientação.
É inaceitável o discurso de que os valores liberados seriam utilizados para fins eleitoreiros, o que poderia desequilibrar a disputa política. Isso é algo arranjado para justificar o injustificável, pois o dinheiro não estaria na conta de imediato. Se esse fosse o problema, deveriam ter sugerido emenda para que os recursos pudessem estar disponíveis somente a partir do próximo ano, mas nunca prejudicar o Estado e os municípios. O projeto original era a única forma de recuperar em definitivo a empresa, e estancar a sangria aberta no passado por eles mesmos. Alongar a dívida pagando juros menores era um excelente negócio para a Companhia.
Da parcela de R$ 750 milhões, R$ 200 mi iriam para os municípios que têm direito de receber a parte devida. Com o atual projeto aprovado, vão receber nada. Esse é um valor que está deixando de ir para os cofres das prefeituras para que possam honrar os seus compromissos e investir na qualidade de vida do cidadão, que depende diretamente dos serviços básicos. Esse é um dinheiro que está deixando de ser aplicado em escolas, asfalto e casas para a população, entre outros benefícios.
R$ 750 mi iriam influenciar positivamente o PIB goiano, contribuindo sobremaneira para movimentar a nossa economia. Estaríamos resolvendo o problema da Celg e aplicando um recurso substancial no mercado, o que resultaria em conquistas para a sociedade.
É bom ressaltar que o País somente superou a crise mundial, entre outras medidas, por ter aquecido a economia interna. O ato cometido contra a Celg, patrocinado pelos dois candidatos ao governo, vai justamente ao contrário da racionalidade e da visão de futuro. Preferiram o mais simples e prejudicial para o Estado e para as prefeituras. Deixaram de salvar a mais importante empresa estatal. Lamentavelmente “pisaram na bola”. E isso terá um custo alto para o povo.
Esqueceram que muitas indústrias estão limitando os seus investimentos, e outras sendo fechadas, em função de que a companhia não consegue levar energia para suas propriedades. São empregos que não estão sendo gerados. São jovens e pais de família sem oportunidade de uma vida melhor. Não consigo entender. É preciso pensar grande. Pensar na população que paga impostos e merece ser atendida em suas necessidades primordiais, como Educação, Saúde e Segurança Pública.
É em função de tantos equívocos e distorções que tenho lutado para que Goiás experimente um novo jeito de fazer política, em que povo esteja no centro de tudo. Ao derrubar o projeto original de salvamento da Celg, deram um tiro certeiro nos sonhos dos goianos que almejam um Estado progressista e realizador. Mas precisamos mudar essa prática, que a cada dia se torna mais irresponsável e nefasta.